Uma Páscoa desastrada

Ao contrário da maioria de vocês não tenho fotos de lindos folares da Páscoa, nem de cabritos douradinhos acabos de sair do forno, aliás nem tenho fotos da mesa da Páscoa, porque há coisas que não merecem ser perpetuadas para memória futura.

Escrevo este post em tom irónico e descontraído, porque é assim que tento encarar o dia a dia, mesmo quando assisto/evito uma tentativa de assalto a uma pessoa de família, mesmo quando tudo à minha volta está absurdamente caótico.

A saga do meu Domingo de Aleluia começou começou assim:

Não encomendei cabrito no talho habitual, porque sempre pensei que o meu marido conseguisse comprar através de um amigo, acontece que a procura foi muita e eu fiquei sem o dito cujo.

Sábado - comprei uma pá de porco e entrecosto para assar no forno e temperei tudo de véspera, este será o primeiro desastre.

À noite pesquiso uma sobremesa com morangos para fazer na Bimby, fui ao blogue DonaBimby e resolvi fazer um tiramisù de morango. Pareceu-me boa ideia, simples e diferente do habitual, mas veio a revelar-se o segundo desastre - ficou liquído.

Domingo - Começo o dia a fazer arroz doce, mas depois de adicionar o arroz em vez de colocar a Bimby na velocidade de colher inversa e programar 25m a 90ºC, coloquei na velocidade inversa mas a 1 e 1/2 sem temperatura, quando dei pelo erro já o arroz estava laminado. É o que dá estar ao telefone, ainda o dia começou e eu já estava a somar pontos. O arroz foi para a sanita e comecei a fazer aletria, foi  a primeira vez e felizmente correu bem.

Coloco a carne a assar e passado pouco tempo sinto aquele cheiro "a porco", não é possível! Isto nunca tinha acontecido com a carne deste talho. Não disse nada, mas o cheiro começou a ser demasiado evidente e o meu marido disse para marcármos para um restaurante...

Retirei a carne do forno para virar e notei que era apenas o entrecosto, menos grave, mas ainda assim mais um desastre, o quarto desta série.

Frito um resto de pataniscas que tinha no frigorífico a minha mãe diz-me para lhes por mais sal, quando estávamos à mesa o meu marido diz que estão salgadas, e de facto estavam, e eu estava prestes à rebentar. Mais coisa menos coisa almoçámos, ainda consegui arrancar um elogio ao meu sogro e a carne comeu-se bem, mas a coisa não esteve fácil.

No futuro próximo vou fazer uma pausa no papel de anfitriã da família e ficar à espera de ser apenas convidada.

O último desastre(s) foi da autoria do meu filho mais novo que resolveu regar os sofás da sala com sumo e à noite fez o favor de fazer uma birra de quase duas horas, até que se deixou vencer pelo cansaço.

Não quero que sintam pena de mim, apenas que se divirtam a ler esta crónica dos meus pequenos desaires culinários e familiares.

Para vos adoçar a boca, deixo uma receita de um bolo de limão, que retirei do blogue da Joana Roque. É delicioso e inspirador, ideal para um lanche, espero que gostem!

Ingredientes:

110g de manteiga

180g de açúcar

180g de farinha com fermento

4 colheres de sopa de leite (substituí por natas)

raspa de 1 limão (Pulverizei o açucar e a casca do limão na Bimby)

2 ovos

Calda:

casca de 1 limão cortada em juliana fina ( Pulverizei o açúcar e a casca do limão na Bimby)

sumo de 2 limões

75g de açúcar em pó

Preparação:

Bata os ingredientes todos durante 3 minutos até obter uma mistura homogénea e fofa.

Na bimby bati só os ovos com açucar 2m na vel 3 e 1/2 a 37ºC, depois adicionei os restantes ingredientes e programei 1m vel3.

Verta para uma forma de bolo inglês previamente untada e forrada com papel vegetal e leve ao forno pré-aquecido a 180ºC, durante cerca de 45 minutos ou até o bolo estar cozinhado.

Entretanto prepare a calda misturando o sumo de limão com o açúcar em pó e a casca de limão em juliana. Leve a lume brando apenas para dissolver o açúcar e desligue (não deixe ferver).

Assim que o bolo estiver pronto retire do forno e deixe arrefecer um pouco. Pique-o depois com a ajuda de um palito e deite a calda sobre o bolo. Desenforme depois de frio.